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O Resultado na Terapia de Crianças e Adolescentes

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A Terapia para Crianças e Adolescentes sempre foi um grande desafio para a Psicologia. Em diversas áreas de formação o público que menos encontramos é de profissionais de referência para o trabalho de atendimento a crianças.

A grande queixa desses profissionais está na dificuldade em obter resultados. E muitas vezes ouvimos da dificuldade em contar com a colaboração dos pais.

Mas estão como obter resultados em uma Terapia cujo o foco é a criança ou o adolescente?

Os pais com certeza querem o melhor para seus filhos. E eles são as pessoas que tem maior autonomia para modificar o contexto físico e relacional da criança. A chave que encontramos para esse processo ser mais proveitoso foi exatamente em transformar os pais em co-terapeutas no atendimento ao filho.

E como isso funciona?

Em primeiro lugar o trabalho é realizado com os pais. Esse trabalho é feito com foco na criança, ou até mesmo com filhos jovens  que os pais enfrentam dificuldades. O trabalho funciona como uma espécie de treinamento. Mas a grande diferença aqui é que as estratégias são construídas em conjunto, considerando a realidade de cada família. O resultado dessas estratégias é avaliado a cada sessão e reajustada caso os resultados ainda não sejam os desejados.

E o atendimento a criança?

Bem, o atendimento a criança muitas vezes acaba não sendo necessário, afinal de contas os pais vão ter a oportunidade de melhorar as suas estratégias para potencializar o bem estar de seus filhos. Mas claro que existem situações onde o trabalho diretamente com a criança será importante e ele acontecerá assim que necessário e atrelado ao desenvolvimento dos pais enquanto co-terapeutas de seus filhos.

Separação

Quanto ainda existe de tabu na relação entre separação e criação dos filhos!!!
É claro que não devemos ser radicais de dizer que para uma boa educação dos filhos não é importante um casal afetuoso e estável, que dê segurança e amor aos filhos. Mas infelizmente, ainda hoje vemos casais mantendo relacionamentos com base na distorção desse princípio. Deixe-me explicar o porque da palavra distorção:
Pensando nas palavras “casal afetuoso e estável” não estamos falando de um relacionamento perfeito, afinal de contas, por mais harmoniosa que seja uma relação, ela precisa de discussões e negociações para garantir a individualidade de cada um. Mas estamos falando de um mínimo de afeto e respeito.
Em geral, quando um casal decide se manter junto com essa ‘desculpa’, ele provavelmente não negociou os problemas existentes, apenas os colocou embaixo do tapete. Quando os problemas do casal são colocados dessa forma, em detrimento da ‘criação dos filhos’, é comum que o respeito e o afeto se desgastem. Afinal de contas, aquela sujeira está ‘lá embaixo’ fedendo ou mofando homeopaticamente. Esse tipo de atitude é apenas mais um passo para minar as possibilidade de reconstrução da relação, pois manter a relação com base apenas nos filhos é se esconder um do outro.
Mas afinal de contas, que exemplo você quer deixar para seus filhos? Que você teve um casamento de 50 anos aos trancos e barrancos ou que você é feliz apesar das dificuldades?
Mas entendam que ‘ser feliz apesar das dificuldade’ não significa separar, e sim ter a coragem de aceitar essa possibilidade e encarar o relacionamento de frente.

Papai, eu to com fome!!

Essa até parece uma frase comum, mas se pensarmos na criação de nossos pais (ou avós para os mais jovens), comida, o cuidar da casa e da família, eram responsabilidades exclusivas das mulheres. Pensando nisso, cada dia é mais fácil encontrarmos os homens assumindo as responsabilidades da criação dos filhos e da casa, tanto ou até mais, que as mulheres. Poderíamos dizer que esse é um avanço, uma conquista das mulheres. Será??
Acredito até que seja, mas não apenas das mulheres, mas dos homens também. O prazer e felicidade que um pai pode ter ao lado do seu filho e que até quase o final do século passado lhe era negado pois ele tinha a responsabilidade de ‘colocar dinheiro dentro de casa’ é uma dádiva para homem. Mas apesar da virada do século, muitos homens ainda não se deram conta do que estão perdendo. Acho sempre interessante parar para pensar.
Se você é pai, se sente próximo de seus filhos? Mesmo que sim, será que não poderia aproveitar ainda mais esses momentos?
Mas se você é mãe, acho que vale a pena pensar do mesmo modo, afinal de contas, não deixe que os papéis ditos ‘masculinos’ atrapalhem seu carinho e amor aos filhos.